domingo, 30 de janeiro de 2011

Afrodite brasileira




Deusa que causa grande fascínio aos filhos seus, Iemanjá é cultuada por diversos segmentos religiosos brasileiros de raiz africana. Sua imagem é originalmente composta por uma mulher de cor negra, imponente, com os seios a mostra, como que ofertando-os a todos os filhos, amparando-os, e deixando evidente a mãe bondosa que é! Naturalmente que sua representação teve de sofrer alterações para que os cidadãos negros pudessem continuar a cultuá-la. Sua imagem, hoje conhecida com um longo vestido azul, cobrindo-lhe corpo inteiro, sua cor branca, seus longos cabelos escuros, são adaptações que, “branqueando” esta deusa, significam a resistência dos povos afro-brasileiros, bem como sua genialidade em permanecer prestando homenagens à sua deusa-mãe, sem serem importunados pelos homens brancos, e suas religiões de matriz européia.

            O site http://www.mulhernatural.hpg.ig.com.br/trablux/iemanja.htm traz a seguinte informação:

YEMANJÁ é considerada mãe de todos os demais ORIXÁS OGUM, XANGÔ, OBÁ, OXOSSI e OXUM que nasceram de caso ilícito que teve com IFÁ. NANÃ como vimos, é mãe de OMULU e OXUMARÉ. YEMANJÁ, por sua vez, filha de OLODKUN, ORIXÁ masculino em BENIN, ou feminino em IFÉ, sempre do mar. No Brasil, é muito venerada, e seu culto tornou-se quase independente do CANDOMBLÉ. É representada como uma sereia de longos cabelos pretos.

            Seu nome Iemanjá, deriva da expressão Iorubá "Yèyé omo ejá" ("Mãe cujos filhos são peixes").
            O dia de celebração de Iemanjá é 2 de fevereiro, onde ocorre em diversas cidades, banhadas por rio e mar, procissões fluviais e marítimas. A procissão fluvial ocorrida dia 2 de fevereiro em Porto Alegre está entre as maiores do país. Devido ao sincretismo entre Nossa Senhora dos Navegantes e Iemanjá, aquela católica, esta orixá da mitologia africana, as festas em homenagem as duas se fundem em muitas cidades brasileiras.
            Algumas características desta deusa-mãe são destacadas junto ao site http://www.cabocloarruda.hpg.com.br/teca/yemanja.htm

Seu elemento é a água salgada, seu domínio a maternidade (adulta) e a pesca – e atividades econômicas desenvolvidas no mar em geral. Seu símbolo portanto, é um abebé, leque de metal prateado com a figura de um peixe. As cores dedicadas a Yemanjá são o branco, o rosa-claro e o azul-claro, no culto de candomblé tradicional além da cor prata. As contas que seus filhos usam são de vidro transparente. Já na umbanda é associada ao azul e ao branco, assim como acontece com Oxum. Cultua-se Yemanjá em geral aos sábados, como as outras mães da água. Para ela sacrificam-se patas, galinhas e cabras brancas. Suas comidas são também brancas: ebó de milho branco com mel, arroz e angu. A sua saudação é Odoiá!!! ou Odô-fé-iabá ou Odofiabá!!!!


            Cultuemos, pois, dia 2 de fevereiro a mãezinha do mar, Orixá Iemanjá! E como diz a letra de “vagabundo confesso” do grupo Dazaranha:

Odoiá!, Odociaba, salve minha Mãe Iemanjá
Que foi que me deram pra levar
Pra Dona Janaína que é Sereia do mar
pente de ossos, laços e fitas
Pra Dona Janaína que é moça bonita,
que é moça bonita...











Autor: Marco Barcelos. 30/01/2011

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Iemanja visitado em 30/01/2011.


















segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Samba – da favela para o mundo!

O samba ritmo genuinamente brasileiro, é a expressão da cultura popular!
            O nome samba teria sua origem derivado do termo angolano “semba”, a qual significa umbigada, maneira como a “semba” era dançada.
            Com o fim da escravidão no Brasil, e o Rio de Janeiro tendo permanecido como a sede do governo republicano, muitos dos ex-escravos migraram de algumas partes do Brasil para lá, em busca de melhores condições de vida. Afirma-se então que o samba carioca teria recebido grande influência de ritmos advindos da Bahia, provavelmente trazidos por estes cidadãos negros, agora libertos.
            Tendo como origem os morros cariocas, o primeiro samba a ser gravado no Brasil data de 1917, cantado por Baiano, trazia o nome - Pelo Telefone - e foi escrita por Mauro de Almeida e Donga.
Porém a consolidação do samba se deu somente a partir dos anos 1940, com o apoio do então chefe de estado Getúlio Vargas.
O rádio teve grande parcela de contribuição para a divulgação deste ritmo nascido no Brasil. E a partir da década de 1930 passa a transmitir o samba para os lares brasileiros.
Podemos citar alguns nomes consagrados de sambistas, criadores de canções eternizadas no imaginário popular. Entre eles estão: Noel Rosa autor de Conversa de Botequim; Dorival Caymmi de O Que é Que a Baiana Tem? ; Cartola com As Rosas Não Falam; Adoniram Barbosa de Trem das Onze; Ary Barroso com Aquarela do Brasil.
A partir da década de 1970, uma nova safra de sambistas começa a surgir. Músicos que evidenciam o samba em seus trabalhos com grande contribuição para a cultura brasileira. Entre eles estão: Paulinho da Viola, Beth Carvalho, Elza Soares, Jorge Aragão, João Nogueira, Dona Ivone Lara, Clementina de Jesus, Aldir Blanc, Chico Buarque e João Bosco. 
Citemos ainda outros nomes que evidenciaram o samba no Brasil e no mundo como: Carmen Miranda (sucesso no Brasil e nos EUA), Pixinguinha, Ataulfo Alves, Elton Medeiros, Aracy de Almeida, Demônios da Garoa, Isaura Garcia, Candeia, Elis Regina, Nelson Cavaquinho, Lupicínio Rodrigues, Nelson Sargento, Clara Nunes, Jacob do Bandolim, Lamartine Babo, Wilson Moreira, Elizeth Cardoso, entre outros.
O samba, portanto, é expressão de um povo, às vezes sofrido, que transforma este sofrimento, não só em lamento, mas em canções belíssimas que traduzem a genialidade popular, imortalizando cantigas que povoam o imaginário dos ouvintes através deste ritmo especificamente brasileiro.


                                               Autor: Marco Barcelos. 24/01/2011.


Referências bibliográficas:
Sites visitados:
- www.anpocs.org.br/portal/publicações visitado em: 22/01/2011
- www.unesp.br visitado em 22/01/2011
- www.sambando.com/historiadosamba visitado em: 23/01/2011
- www.cifraantiga3.blogspot.com visitado em: 23/01/2011
- www.sambacarioca.com.br visitado em: 23/01/2011
- www.suapesquisa.com/samba visitado em: 23/01/2011







Sambas No Cacique

Aqui dois diferentes momentos do Cacique de Ramos

Esquenta

Ogum iee!
O programa esquenta do dia 23/01/2011, apresentado por Regina Casé na rede Globo foi bastante especial (não que os demais não tenham sido), mas nele se reuniu a turma do Cacique de Ramos, o grupo Fundo de Quintal que completou cinqüenta anos no dia 20 de janeiro.
Os defensores do samba antigo dizem que o movimento acabou sucateando o samba de baloartes Cartola e Candeia, mas graças e esse movimento as gerações seqüentes puderam conhecer as obras destes mesmos mestres.
Se não fosse o FDQ e muitos cantores e compositores da época como: Jorge Aragão, Almir Guineto, Jovelina Pérola Negra, Marquinhos Satã, Zeca Pagodinho, Beth Carvalho, Arlindo Cruz, Sombrinha, Luiz Carlos da Vila e muitos outros talvés as gerações de não teriam conhecido Wilson Batista, Noel Rosa e muitos outros mitos desse gênero. Quem sabe o carnaval que conhecemos hoje, pomposo, quem sabe não seria hoje apenas uma festa de bairro representada por blocos e não colocaria o Brasil como o sinônimo de alegria.
Outra parte interessante foi quando Regina Casé em um relato emocionante diz que em um momento difícil de sua vida cantava e fazia da música “Conselho” gravada por Almir Guineto e composta por Adilson Bispo e Zé Roberto um mantra onde depositava toda sua fé.
ISSO É O SAMBA     

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Rádio viva o samba

Segue aí uma dica para aqueles admiradores de samba que andam zapeando de emissora em emissora sem conseguir ouvir as obras dos nossos grandes compositores e interpretes.
A rádio Viva o Samba, conforme sua própria descrição, é uma web rádio livre, que tem como principal objetivo preservar o Samba, nosso patrimônio cultural, reacender a memória das pessoas que amam este ritmo, e que se vêem carentes de alguma forma, de informações sobre eventos, de ouvir sambas antigos e novos, e de conhecer um pouco mais sobre os artistas.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Ogum iee!
                     Primeira  sexta-feira do ano, que maravilha. Pessoal, todo mundo sabe que através da música a gente acaba expressando sentimentos com mais facilidade, gostaria de apresentar a quem não conhece (quem não conhece!) duas obras espetaculares de artistas brasileiros de alta linhagem.

PORTELA NA AVENIDA
Composição: Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro
Portela
Eu nunca vi coisa mais bela
Quando ela pisa a passarela
E vai entrando na avenida
Parece
A maravilha de aquarela que surgiu
O manto azul da padroeira do brasil
Nossa senhora aparecida
Que vai se arrastando
E o povo na rua cantando
É feito uma reza, um ritual
É a procissão do samba abençoando
A festa do divino carnaval
Portela
É a deusa do samba, o passado revela
E tem a velha guarda como sentinela
E é por isso que eu ouço essa voz que me chama
Portela
Sobre a tua bandeira, esse divino manto
Tua águia altaneira é o espírito santo
No templo do samba
As pastoras e os pastores
Vêm chegando da cidade, da favela
Para defender as tuas cores
Como fiéis na santa missa da capela
Salve o samba, salve a santa, salve ela
Salve o manto azul e branco da portel
Desfilando triunfal sobre o altar do carnaval


 ESPELHO
Composição: João Nogueira

Nascido no subúrbio nos melhores dias
Com votos da família de vida feliz
Andar e pilotar um pássaro de aço
Sonhava ao fim do dia ao me descer cansaço
Com as fardas mais bonitas desse meu país
O pai de anel no dedo e dedo na viola
Sorria e parecia mesmo ser feliz
Eh, vida boa
Quanto tempo faz
Que felicidade!
E que vontade de tocar viola de verdade
E de fazer canções como as que fez meu pai (Bis)
Num dia de tristeza me faltou o velho
E falta lhe confesso que ainda hoje faz
E me abracei na bola e pensei ser um dia
Um craque da pelota ao me tornar rapaz
Um dia chutei mal e machuquei o dedo
E sem ter mais o velho pra tirar o medo
Foi mais uma vontade que ficou pra trás
Eh, vida à toa
Vai no tempo vai
E eu sem ter maldade
Na inocência de criança de tão pouca idade
Troquei de mal com Deus por me levar meu pai (Bis)
E assim crescendo eu fui me criando sozinho
Aprendendo na rua, na escola e no lar
Um dia eu me tornei o bambambã da esquina
Em toda brincadeira, em briga, em namorar
Até que um dia eu tive que largar o estudo
E trabalhar na rua sustentando tudo
Assim sem perceber eu era adulto já
Eh, vida voa
Vai no tempo, vai
Ai, mas que saudade
Mas eu sei que lá no céu o velho tem vaidade
E orgulho de seu filho ser igual seu pai
Pois me beijaram a boca e me tornei poeta
Mas tão habituado com o adverso
Eu temo se um dia me machuca o verso
E o meu medo maior é o espelho se quebrar (Bis)


quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Partido de Primeira

Este é um trabalho do grupo Partdo de Primeira, em breve estaremos contando mais a respeito.


Ogum iee!!

O Rio De Janeiro e as favelas Cariocas

Mais do que uma grave questão social, as favelas cariocas são fruto do “progresso” projetado pelo governo republicano de Rodrigues Alves, tendo seu surgimento datado em 1897 no morro da Providência no centro do Rio de Janeiro.
Para melhor compreendermos o surgimento das favelas cariocas, precisamos “mergulhar” ao final do século XIX, mais específico a última década deste século, e observarmos os acontecimentos da época. A República, a pouco instalada no Brasil, necessitava remodelar o país, dando-lhe uma nova identidade, que não mais a estrutura imperial. Para tanto, escreve Jorge Caldeira:

A realização das promessas da República, segundo a visão de liberais e positivistas, pôde afinal ser tentada por Rodrigues Alves. Para isso, concentrou poderes nas mãos de técnicos, que impuseram suas idéias com violência. Limitou suas obras à capital do país, a fim de transformá-la em modelo de metrópole. Demoliu meia cidade colonial para abrir uma avenida ‘belle époque’, arrasou morros para construir um porto e uma segunda avenida. Em nome da higiene, fez guerra aos pobres, afastados do centro para longe do cenário de progresso urbano.

Ao que parece a população pobre, entre eles escravos libertos, brancos pobres, alguns soldados dissidentes da guerra de canudos, etc. não estavam incluídos nos planos desta reestruturação arquitetônica que transformaria para sempre a capital da jovem república brasileira.
A população carioca desafortunada morava em casa de taipa, localizadas em ruas estreitas com precário saneamento, na região central do Rio de Janeiro, pois o centro oferecia-lhes inúmeros trabalhos, além da proximidade de onde circulavam os negócios da cidade.
Já os ricos morando em chácaras ou casarões afastados do centro urbano, nas localidades de Botafogo, Catete e Laranjeiras, mantinham apenas seus negócios na área central da capital brasileira, bem como a sede de seus escritórios.
No entanto, o presidente Rodrigues Alves queria transformar radicalmente esta realidade do centro carioca, dando ares de “civilidade” ao Rio de Janeiro com largas avenidas, com prédios comerciais, espaços para grandes carruagens e obras que evidenciariam o progresso pretendido.
Os pobres que habitavam a região central carioca, até foram avisados das significativas mudanças que ocorreriam, porém teriam apenas um curtíssimo prazo para retirarem-se de suas moradias. A destruição das casas de taipa ocorrera por completo, e muitos dos antigos moradores tiveram tempo para recolher apenas alguns objetos pessoais.
As novas avenidas centrais teriam 28m de largura ao invés dos 5m ou 10m que antes ostentavam. Os prédios comerciais a serem construídos teriam um estilo eclético. Este vigente na Europa do final do século XIX.
O modelo de avanço e progresso para a cidade do Rio de Janeiro, a qual pretendia mostrar-se para o estrangeiro, tornando-se uma “cidade ‘civilizada’ na qual os pobres passavam a ser mantidos a distância” (Caldeira, 1997. Pg. 245), privilegiaria apenas uma pequena parcela da população.
Iniciava-se a ocupação dos morros cariocas pelos moradores expulsos que antes residiam na parte central da “cidade maravilhosa”, mas que agora não mais possuíam seus espaços de lazer e moradia. O progresso significou, conforme Caldeira 1997. Pg. 245, “uma onda de terror” àqueles desafortunados que, sem alternativas, foram obrigados a construírem barracos de madeiras nos morros, sem ruas disponíveis, saneamento adequado ou organização por parte do governo.
O progresso, ao passo que desenvolve parte da cidade, cobra um preço alto daqueles cidadãos empurrados para longe do “centro civilizado”, ou seja, para os mais ricos o desenvolvimento era um fato, ao passo que para os pobres este mesmo desenvolvimento se torna um tormento.

Autor:
 Professor de História, Marco Barcelos. (04/01/2011)

  

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

- Viagem pela História do Brasil / Jorge Caldeira... l et. al. l. – São Paulo: Companhia das Letras, 1997.
- www.infoescola.com visitado em 04/01/2011.
- www.coepbrasil.org.br visitado em 04/01/2011.
- www.cefestsp.br/edu/eso visitado em 04/01/2011.

Ogum ieee!


E aí pessoal, estive pensando em uma coisa curiosa, ao assistir filmes, entrevistas e qualquer coisa que tenha o Brasil como foco percebesse que todo estrangeiro ama a nossa terra. Mas tem dois fatores que faz com que essa pátria seja reconhecida em qualquer canto. Uma delas é o futebol, pois sempre que um estrangeiro fala sobre o Brasil o olho brilha ao falar de Pelé, Ronaldo, Ronaldinho Gaúcho, Kaká e tantos outros carregam essa bandeira brasileira com orgulho e muito talento.
Mas também tem  outro símbolo, tão forte e inflamado quanto o futebol: O SAMBA, isso mesmo, o nosso gênero musical por excelência.Assim como o Jazz está para os americanos o samba está para o Brasil, de forma mais marcante e efusiva.
Pois é, aproveitamos essa ferramenta maravilhosa chamada internet para divulgar, pesquisar e fazer amigos em prol deste “Eterno Enfermo”, afinal de contas, como já disse Nelson Sargento:
O Samba Agoniza Mas Não Morre.
Contamos com o apoio de todos os apreciadores para nos ajudar com informações, causos, histórias políticas, sociais e religiosas que envolva esse mundo maravilhoso do samba e todas as partes do mundo.
VIVA O SAMBA!