sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Carnaval, a grande festa popular!






O carnaval, esta festa tão popular no Brasil que reúne milhares de foliões, teria sua origem na Grécia, em meados dos anos 600 a 520 a.C. é o que nos traz o Site www.brasilescola.com/carnaval/historia-do-carnaval.htm em texto de Gabriela Cabral. (visitado em 23/02/2011). E ela reforça que os gregos e romanos, inseriram bebidas alcoólicas e orgias a esta festa, o que fora muito condenado pela Igreja. No entanto a Igreja adota esta festa a partir do ano 590 d.C. e esta passa a ser comemorada em datas oficiais, o que bania as orgias e os “atos pecaminosos”, e que causou algum espanto na população antes acostumada a festejar a sua maneira pelas alegrias e conquistas.
            O mesmo site diz ainda que o carnaval chegou ao Brasil aproximadamente em 1723, sob influência européia, e ocorria através de desfiles de pessoas mascaradas e fantasiadas. Somente no século XIX é que surgem os blocos carnavalescos com carros decorados e pessoas fantasiadas de forma semelhante à que conhecemos hoje. (Cabral, Gabriela. Em www.brasilescola.com.br visitado em 23/02/2011.)
Porém, outra informação referente a início desta festa conhecida como carnaval, diz o seguinte:

A história da festa que hoje mobiliza milhares de pessoas durante o ano tem início controverso: alguns dizem que já existiam comemorações parecidas nas sociedades greco-romanas e egípcias da antiguidade, e outros argumentam que o verdadeiro carnaval nasceu na Idade Média, com o surgimento da Quaresma criada pela igreja Católica. (www.45graus.com.br/conheca-um-pouco-da-historia-do-carnaval-pelo-mundo,cultura,35533.html visitado em 23/02/2011).

            O site www.45graus.com.br informa que “no ano de 604, o papa Gregório I definiu que, num período do ano, os fiéis deveriam se dedicar exclusivamente às questões espirituais. Seriam 40 dias”, antes da Páscoa, “em que se deveria evitar sexo, carnes vermelhas e festas. Quase quinhentos anos depois, a irmandade católica definiu as datas oficiais da chamada 'Quaresma', e o primeiro dia dela se chamaria ‘quarta-feira de cinzas’.
            Aconteceu que os dias antes dessa quarta-feira começaram a ser de intenso consumo de carnes, bebidas e de festa. A esse período deu-se o nome de ‘adeus à carne’, ou ‘carne vale’ em italiano, que, depois, passou a ser ‘carnevale’. A palavra virou sinônimo do que seria uma espécie de antônimo da Quaresma. “As ruas enchiam-se de gente fazendo tudo aquilo que não se devia ou não se podia fazer durante o resto do ano.” (www.45graus.com.br visitado em 23/02/2011).
            O site http://artes.com/carnaval/historia.html diz que: em diversos locais do mundo existem "Centros de Excelência responsáveis pela criação e irradiação dos modelos da festa de carnaval.
Cada Centro de Excelência do Carnaval, age como verdadeira usina de forças centrípetas absorvendo as culturas dos povos e de forças centrífugas irradiando os modelos de carnaval para o mundo. Os padrões de carnaval irradiados sofrem adaptações nas cidades em que os carnavais ocorrem." 
            No Brasil, as escolas de samba dão um colorido todo especial a esta grande festa, que é vista e apreciada pelo mundo todo, em desfiles memoráveis e encantadores aos olhos de quem vê.
Controversa ou não, religiosa ou pagã, o certo é que esta festa fora adotada e incorporada pelo povo brasileiro, tornando-se expressão da cultura popular, através da construção, inicialmente, das músicas chamadas “marchinhas de carnaval”, que dão um toque especial a esta festa, juntamente com os sambas enredo. E ambos expressam a total genialidade criativa deste povo tão sofrido, mas que encontra nesta festividade um momento de extrapolar suas angústias e sofrimentos.
Venha você também pra esta festa! Afinal, se Deus é brasileiro, porque não podemos comemorar o carnaval como filhos legítimos que somos?

                                              Autor: Marco Barcelos. 23/02/2011.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
www.45graus.com.br Visitado em 23/02/2011.
www.brasilescola.com.br Visitado em 23/02/2011.
http://www.overmundo.com.br Visitado em 23/02/2011.




quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Palpite Infeliz



..."Quem é você, que não sabe o que diz?
Meu Deus do céu,, que palpite infeliz"...

  Abrindo está postagem com Noel Rosa iniciamos comentando sobre o palpite infeliz de Regina Casé no esquenta do dia 13/02/11.
Assim disse Regina: "...A única contribuição dos gaúchos para o samba foi o churrasco...". Será que ela esqueceu de Elis Regina, Lupicínio Rodrigues, Maria Helena Montiel, sem contar com muitos compositores de nossa terra, que assim como baianos, mineiros, paulistas e de todos os estados que deram uma grande contribuição para que o samba fosse o que é hoje: PRODUTO TIPO EXPORTAÇÃO.
  Com certeza o melhor churrasco é o gaúcho, mas também tem ótimos músicos, cantores e compositores de samba, choro e reggae, rock... E fechando com Noel...
..."Eu te chamei pra conhecer, você não foi porque não quiz, 
meu Deus do céu, que palpite infeliz"...









Mocotó – da comida de escravos ao requinte dos melhores restaurantes






 O mocotó (palavra originária do termo tupi-guarani mbo-coto ou mão-de-vaca), conhecido por seu sabor marcante, é um prato requintado, servido em muitos dos melhores restaurantes brasileiros. Porém o que poucos sabem é que o mocotó foi uma invenção dos escravos negros brasileiros. O mocotó teria sua origem provavelmente nas charqueadas do Rio Grande do Sul, onde do abate do gado bovino, as partes destinadas ao preparo do charque (carne seca, ou carne salgada) eram separadas bem como àquelas destinadas às mesas dos senhores. O restante das partes desossadas do animal, como as patas, por exemplo, seriam desperdiçadas. No entanto os escravos utilizavam estas partes para seu sustento e complemento alimentar.

O artigo “ADAPTAÇÃO DE PRATOS TRADICIONAIS DE ORIGEM AFRICANA À CULTURA DO RIO GRANDE DO SUL”, onde suas autoras: Maria Claudete Silveira Rodrigues Bastos e Paula Cilene Pereira dos Santos escrevem:


De acordo com os resultados obtidos, observa-se que pelo menos três (3) dos pratos ditos de origem africana tiveram sua origem provavelmente da utilização, por parte dos negros ainda escravizados, de restos de comida do branco. São eles: o sopão, o mocotó e a feijoada. (pg. 7. Em http://www.palmares.gov.br/sites/000/2/download/artigoaptoacars.pdf visitado em 15/02/2011).

Neste mesmo artigo as autoras afirmam que “no sopão, no mocotó e na feijoada observa-se o uso de várias partes menos ‘nobres de animais’ como porco e gado. O uso de pata de vaca, mondongo, orelha de porco, pé de porco, rabo de porco, entre outros, evidencia a criatividade do negro que usava estas partes desprezadas pelos brancos para fazer pratos calóricos e saborosos” (pg. 7). E reforçam que estes pratos foram “tão bem aceitos que passaram a fazer parte dos pratos típicos do Rio Grande do Sul, preparados, principalmente em dias de maior frio. Atualmente, para fazer estas receitas, continua-se usando as partes ‘menos nobres’ dos animais, pois é a mistura destes ingredientes que dá o sabor e o valor nutricional característico destes pratos” (pg. 8). Alguns legumes utilizados no preparo do mocotó também dão um toque especial a esta receita.

Na conclusão do referido artigo as autoras evidenciam que:

- Mesmo não encontrando muitas referências dos pratos de origem africana na culinária gaúcha, os negros tiveram grande influência na tradição alimentar do Rio Grande do Sul.
- Apesar de sua condição inicial de escravo, sem direitos e com sua cultura desprezada pelos brancos, os negros conseguiram se adaptar às condições de vida a que eram submetidos, formando e transformando pratos de diferentes culturas, graças a sua imaginação, através da combinação de diferentes ingredientes.
- Os pratos de origem africana que fazem parte da culinária tradicional do Rio Grande do Sul, sofreram adaptações para as condições atuais de vida.

            Portanto, a contribuição dos cidadãos negros na culinária gaúcha e brasileira fica evidente, ao passo que as receitas, hora criadas nas senzalas, passam a circular nos restaurantes mais requintados do Brasil, provando assim a grande contribuição deste povo, tão rico em sua diversidade e cultura.
                                               Autor: Marco Barcelos. 15/02/2011.


Mocotó (receita)

·         4 patas muito bem lavadas
·         1 coalheira
·         2 kg de mondongo
·         1 tripa grossa
·         1/2 kg. de linguiça
·         1 kg. de feijão branco
·         2 colheres de sopa de óleo
·         2 cebolas
·         4 tomates
·         temperos
·         1 dente de alho
·         ovos duros picados 


Modo de preparar
Pôr a carne a ferver (de véspera), em água fria, com todos os temperos, até despegar o osso das patas. Deixar de véspera, também, uma ou duas xícaras de feijão branco de molho. Cozinhar o feijão e reservar. azer um refogado com cebolas, tomates, alho, louro, salsa, cebolinha e aí refogar os miúdos picados e a linguiça em pedaços. Acrescentar a água em que foram aferventados e deixar ferver bastante. Meia hora antes de servir, juntar o feijão branco. Enfeitar com ovos duros e tempero verde picados.
Receita recolhida junto ao site: http://www.paginadogaucho.com.br/culi/pp-moc.htm  visitada em 15/02/2011

BIBLIOGRAFIA:

em 15/02/2011

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

OS DEUSES DA MITOLOGIA AFRICANA - LENDA (Arthur Ramos)


Com o casamento de Obatalá, o Céu, com Odudua, a Terra, é que se iniciam as peripécias dos deuses africanos. Dessa união nasceram Aganju, a Terra, e Iemanjá (Yèyé omo ejá = mãe cujos filhos são peixes), a Água. Como em outras antigas mitologias, a terra e a água se unem. Iemanjá desposa o seu irmão Aganju e tem um filho, Orungã.

Orungã, o Édipo africano, representante de um motivo universal, apaixona-se por sua mãe, que procura fugir de seus ímpetos arrebatados. Mas Orungã não pode renunciar àquela paixão insopitável. Aproveita-se, certo dia, da ausência de Aganju, o pai, e decide-se a violentar Iemanjá. Essa foge e põe-se a correr, perseguida por Orungã. Ia esse quase alcançá-la quando Iemanjá cai no chão, de costas e morre. Imediatamente seu corpo começa a dilatar-se. Dos enormes seios brotaram duas correntes de água que se reúnem mais adiante até formar um grande lago. E do ventre desmesurado, que se rompe, nascem os seguintes deuses: Dadá, deus dos vegetais; Xango, deus do trovão; Ogum, deus do ferro e da guerra; Olokum, deus do mar; Oloxá, deusa dos lagos; Oiá, deusa do rio Niger; Oxum, deusa do rio Oxum; Obá, deusa do rio Obá; Orixá Okô, deusa da agricultura; Oxóssi, deus dos caçadores; Oké, deus dos montes; Ajê Xaluga, deus da riqueza; Xapanã (Shankpannã), deus da varíola; Orum, o Sol; Oxu, a Lua.

Os orixás que sobreviveram no Brasil foram: Obatalá (Oxalá), Iemanjá (por extensão, outras deusas-mães) e Xango (por extensão, os outros orixás fálicos).

Com Iemanjá, vieram mais dois orixás yorubanos, Oxum e Anamburucu (Nanamburucu). Em nosso país houve uma forte confluência mítica: com as Deusas-Mães, sereias do paganismo supérstite europeu, as Nossas Senhoras católicas, as iaras ameríndias.

A Lenda tem um simbolismo muito significativo, contando-nos que da reunião de Obatalá e Odudua (fundaram o Aiê, o "mundo em forma"), surgiu uma poderosa energia, ligada desde o princípio ao elemento líquido. Esse Poder ficou conhecido pelo nome de Iemanjá.

Durante os milhões de anos que se seguiram, antigas e novas divindades foram unindo-se à famosa Orixá das águas, como foi o caso de Omolu, que era filho de Nanã, mas foi criado por Iemanjá.

Antes disso, Iemanjá dedicava-se à criação de peixes e ornamentos aquáticos, vivendo em um rio que levava seu nome e banhava as terras da nação de Egbá.

Quando convocada pelos soberanos, Iemanjá foi até o rio Ogun e de lá partiu para o centro de Aiê para receber seu emblema de autoridade: o abebé (leque prateado em forma de peixe com o cabo a partir da cauda), uma insígnia real que lhe conferiu amplo poder de atuar sobre todos os rios, mares, e oceanos e também dos leitos onde as massas de águas se assentam e se acomodam.

Obatalá e Odudua, seus pais, estavam presentes no cerimonial e orgulhosos pela força e vigor da filha, ofereceram para a nova Majestade das Águas, uma jóia de significativo valor: a Lua, um corpo celeste de existência solitária que buscava companhia. Agradecida aos pais, Iemanjá nunca mais retirou de seu dedo mínimo o mágico e resplandecente adorno de quatro faces. A Lua, por sua vez, adorou a companhia real, mas continuou seu caminho, ora crescente, ora minguante..., mas sempre cheia de amor para ofertar.

A bondosa mãe Iemanjá, adorava dar presentes e ofereceu para Oiá o rio Níger com sua embocadura de nove vertentes; para Oxum, dona das minas de ouro, deu o rio Oxum; para Ogum o direito de fazer encantamentos em todas as praias, rios e lagos, apelidando-o de Ogum-Beira-mar, Ogum-Sete-ondas entre outros.

Muitos foram os lagos e rios presenteados pela mãe Iemanjá a seus filhos, mas quanto mais ofertava, mais recebia de volta. Aqui se subtrai o ensinamento de que "é dando que se recebe". Fonte: Deusa Iemanjá