domingo, 27 de maio de 2012

Samba de Gafieira


Originária de ritmos e melodias como o Lundu e o Batuque, ambos de raízes africanas, a gafieira é uma dança popular em que sua coreografia se desenvolve acompanhada de música tocada num compasso binário e ritmo sincopado, ou ainda samba de breque. Este ritmo é tocado por instrumentos de percussão e melodia desenvolvida por cordas como o cavaquinho e violão podendo também ser utilizados instrumentos como o trompete e o trombone, bem como a flauta e a clarineta, estes dois últimos influenciados pelo ritmo brasileiro “chorinho”.
Esta dança incorporou alguns ritmos que a ela legaram o gingado bailarístico do qual se desenvolve, como o Maxixe, a Polca, o Xote etc.
O termo utilizado para expressar coloquialmente as formas antigas do samba ficou conhecido especialmente por “Partido Alto”. Esta expressão designava a alta qualidade que possuía uma dança ou um ritmo.
A Gafieira na verdade é um local em que as classes consideradas humildes da sociedade carioca, em fins do Séc. XIX e início do Séc. XX se reuniam para praticar as danças de casal, ou as danças de salão. Não era necessariamente um clube, mas apenas um lugar alternativo para os praticantes da então chamada gafieira. Hoje em dia há outras Gafieiras espalhadas pelo município do Rio De Janeiro, localizadas no bairro da Lapa por exemplo.
Os passos básicos da gafieira são:
1.    O homem dá um passo à frente com o pé esquerdo, leva o pé direito junto a este pé e dá um passo para trás com o pé esquerdo. Repete a mesma sequência para trás com o pé direito.
2.   A mulher por sua vez acompanhando e guiada pelo homem, dá um passo atrás com o pé direito, leva o pé esquerdo junto a este pé e dá um passo à frente com o pé direito. Repete a mesma sequência para frente com o pé esquerdo.
O ideal seria o homem conduzir a mulher, mas para isso será preciso muito treino por parte do casal, pois a dança parece fácil de início, no entanto, pode requerer por vezes alguma improvisação que dependerá do entrosamento do casal. A marcação dos passos para esta dança é geralmente em três tempos.
Saiba que existem muitos nomes para designar os passos do Samba de Gafieira. E são eles: puladinho, contratempo, meio giro, tirar a dama, cruzado pausado, facão invertido, dois tempos, facão, elástico, andamento, puladinho redondo, gancho redondo, perna esquerda, pião aberto, escovinha fixa, trança, matrix, dois tempos redondo, etc.
Deixe-se encantar pelo Samba de Gafieira! Este ritmo vai te encantar com o seu gingado todo particular. É certo que você vai gostar...



 Marco Barcelos
                                                         

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Talento e arte: - símbolos de um GRANDE ator


Grande Otelo, uma das figuras ímpares do cinema brasileiro, chamava-se na verdade Sebastião Bernardes de Souza Prata. Nascido em Uberlândia, Minas Gerais em 1915, era sim Mineiro e não carioca como muitos podem pensar. Rumou ainda jovem ao Rio de Janeiro e São Paulo, em busca daquilo que o consagraria dando-lhe destaque em sua brilhante carreira de ator.
Ganhara o apelido “Pequeno Otelo” na Ópera Nacional, onde estudou. No entanto, o pequeno Sebastião auto intitulou-se: “The Great Otelo”, aportuguesado mais tarde para –Grande Otelo- como ficou nacionalmente conhecido.
A carreira deste “pequeno grande” ator passou pelos palcos dos cassinos e das mais importantes casas noturnas da cidade do Rio De Janeiro. No teatro teve grande destaque também. Na televisão e no cinema seus personagens ganhavam um toque especial, pois suas atuações eram sempre marcantes encantando os expectadores.
Grande Otelo surgiu pela primeira vez no cinema no filme Noites Cariocas de 1935. Participou também dos filmes "Futebol e Família" (1939) e "Laranja da China" (1940), e em 1943 atuou em "Moleque Tião". Junto com Oscarito, participou de inúmeras chanchadas como "Carnaval no Fogo", "Aviso aos Navegantes" e "Matar ou Correr". Em 1942, atuou em "It'salltrue", filme realizado por Orson Welles no Brasil. A dupla que formara com Oscarito consolidou o sucesso nacional de Grande Otelo. Porém, Grande Otelo não atuou somente em filmes de comédia. Dentre estes estão Lúcio Flávio - Passageiro da Agonia e Rio, Zona Norte. Em 1969, fez "Macunaíma" onde exibiu grande atuação. Filmou também "Fitzcarraldo" (1982), do alemão Werner Herzog.
Mas assim como uma peça de teatro, em seu formoso ato, Grande Otelo deixa a vida ás vésperas de seus 78 anos. Um enfarte fulminante ao desembarcar em Paris onde participaria do Festival dos Três Continentes, em Nantes, e receberia merecida homenagem.
O sorriso fácil e as atuações marcantes deste que fizera jus ao próprio apelido autointitulado com a palavra “Grande” são merecedores de nossa atenção e admiração! É possível baixar pela internet alguns de seus filmes e conhecer mais o trabalho e a obra deste ator que, fora Grande no nome e Gigante nas atuações.

Marco Barcelos.