domingo, 23 de outubro de 2011

Zé Carioca: “O malandro brasileiro”

O papagaio de Walt Disney, conhecido popularmente como Zé Carioca, teria sido inspirado nos desenhos de J. Carlos, para muitos, um dos maiores cartunistas brasileiro. Criado em plena Segunda Guerra Mundial (início da década de 1940), o papagaio brasileiro seria parte da “política da boa vizinhança”, desenvolvida pelos Estados Unidos para agregar simpatizantes e aliados na última Grande Guerra, a Segunda Mundial (1939-1945).
            A equipe comandada por Disney observava as características das populações dos países que visitava para construir o estereótipo desta população em um personagem e assim conseguir a simpatia destes países e, mais que isso, aliados durante Segunda Grande Guerra. Isso também ocorreu em países como Argentina e México. Tudo isso fora uma estratégia do governo Franklin Roosevelt (1933-1945).
            Walt Disney, instalado com sua equipe no Copacabana Palace, Teria se impressionado com os desenhos do cartunista brasileiro J. Carlos, (o qual tinha seu primeiro nome José), e a partir daí, Disney teria criado seu único personagem brasileiro. Inicialmente apresentado como um personagem festeiro, muito divertido, de certo modo vagabundo e também preguiçoso, Zé Carioca é idealizado e passa a fazer o elo entre Walt Disney e o Brasil.
            O papagaio Zé Carioca foi na verdade criado para o filme: -Alô Amigos, de 1942, lançado nos EUA neste mesmo ano pela Disney. O filme composto por quatro partes, curtas animados, recolhidos de cenas filmadas por Disney e sua equipe durante um tour pela América do Sul em 1941.
Zé Carioca, além de sua revista publicada em quadrinhos pela primeira vez em 1950, em função da grande popularidade e destaque que mereceu, ganhou também um almanaque publicado com periodicidade irregular, porém geralmente semestral. Foram 21 edições de 1986 a 1995.
O que fica marcado no imaginário de seus admiradores é a figura “boa pinta” que o personagem Zé Carioca representa. Como todo bom carioca (e por que não dizer brasileiro), gosta de feijoada, samba e futebol. Leva a vida de maneira mansa encarnando a figura do “bom vagabundo” que tenta se dar bem em tudo o que faz. Configurado com seu terno e gravata coloridos, com um chapéu de palha e um guarda-chuva, era na verdade um entusiasta do Brasil. Somos sim um pouco desse “Zé Carioca” que se diverte e que pensa em ser feliz, curtindo sua vida como um bom e genuíno brasileiro gosta de fazer.
                                                           Marco Barcelos.

sábado, 22 de outubro de 2011

Exú João Caveira

Colaboração do nosso amigo André Fraga...

Exú João Caveira João Caveira é o nome de um exú (entidade espiritual) da Quimbanda e Umbanda brasileira. O sr. João Caveira é o exú responsável pelo encaminhamento das almas (espiritos desencarnados) que vagam nos cemitérios.
É representado por um homem carregando um crânio humano. É o exú que lembra às almas suas condições humanas. Normalmente é associado ao portão do cemitério (calunga), mas sua ação dentro do mundo das almas vai mais além. Suas manifestações mediúnicas são, na maioria das vezes, violentas. É uma entidade séria e de poucas palavras (indo diretamente ao assunto). João Caveira pode vir através da falange do Exu Caveira, Exu Táta Caveira ou Omulú. Em cada uma delas suas manifestações são diferentes assim como sua evolução.
Nem todos os Exús são violentos como diz a matéria abaixo. Na maioria deles são calmos e vem só para trabalhar e ajudar a quem precisa. Ao contrário tem casas que utilizam eles somente para o mal. Aqui segue um pouco mais da história de como surigam os Exús. Abraço para todos.
Caveira é um exu, ou seja, uma entidade que trabalha na através da incorporação de médiuns.
Antes de ser uma entidade, Caveira viveu na terra física, assim como todos nós. Acreditamos que nasceu em 670 D.C., e viveu até dezembro de 698, no Egito, ou de acordo com a própria entidade, "Na minha terra sagrada, na beira do Grande Rio".
Seu nome era Próculo, de origem Romana, dado em homenagem ao chefe da Guarda Romana naquela época.
Próculo vivia em uma aldeia, fazendo parte de uma família bastante humilde. Durante toda sua vida, batalhou para crescer e acumular riquezas, principalmente na forma de cabras, camelos e terras. Naquela época, para ter uma mulher era necessário comprá-la do pai ou responsável, e esta era a motivação que levou Próculo a batalhar tanto pelo crescimento financeiro.
Próculo viveu de fato uma grande paixão por uma moça que fora criada junto com ele desde pequeno, como uma amiga. Porém, sua cautela o fez acumular muita riqueza, pois não queria correr o risco de ver seu desejo de união recusado pelo pai da moça.
O destino pregou uma peça amarga em Próculo, pois seu irmão de sangue, sabendo da intenção que Próculo tinha com relação à moça, foi peça chave de uma traição muito grave. Justamente quando Próculo conseguiu adquirir mais da metade da aldeia onde viviam, estando assim seguro que ninguém poderia oferecer maior quantia pela moça, foi apunhalado pelas costas pelo seu próprio irmão, que comprou-a horas antes. De fato, a moça foi comprada na noite anterior à manhã que Próculo intencionava concretizar seu pedido.
Ao saber do ocorrido, Próculo ficou extremamente magoado com seu irmão, porém o respeitou pelo fato ser sangue do seu sangue. Seu irmão, apesar de mais velho, era muito invejoso e não possuía nem metade da riqueza que Próculo havia acumulado. A aldeia de Próculo era rica e próspera, e isto trazia muita inveja a aldeias vizinhas. Certo dia, uma aldeia próxima, muito maior em habitantes, porém com menos riquezas, por ser afastada do Rio Nilo, começou a ter sua atenção voltada para a aldeia de Próculo.
Uma guerra teve início. A aldeia de Próculo foi invadida repentinamente, e pegou todos os habitantes de surpresa. Estando em inferioridade numérica, foram todos mortos, restando somente 49 pessoas.
Estes 49 sobreviventes, revoltados, se uniram e partiram para a vingança, invadindo a aldeia inimiga, onde estavam mulheres e crianças. Muitas pessoas inocentes foram mortas neste ato de raiva e ódio. No entanto, devido à inferioridade numérica, logo todos foram cercados e capturados.
Próculo, assim como seus companheiros, foi queimado vivo. No entanto, a dor maior que Próculo sentiu "não foi a do fogo, mas a do coração", pela traição que sofreu do próprio irmão, que agora queimava ao seu lado.
Esta foi a origem dos 49 exus da linha de Caveira, constituída por todos os homens e mulheres que naquele dia desencarnaram.
Entre os exus da linha de Caveira, existem: Tatá Caveira, João Caveira, Caveirinha, Rosa Caveira, Dr. Caveira (7 Caveiras), Quebra-Osso, entre muitos outros. Por motivo de respeito, não será indicado aqui qual exu da linha de Caveira foi o irmão de Tatá enquanto vivo. Como entidade, o Chefe-de-falange Caveira é muito incompreendido, e tem poucos cavalos. São raros os médiuns que o incorporam, pois tem fama de bravo e rabugento. No entanto, diversos médiuns incorporam exus de sua falange.
Caveira é brincalhão, ao mesmo tempo sério e austero. Quando fala algo, o faz com firmeza e nunca na dúvida. Tem temperamento inconstante, se apresentando ora alegre, ora nervoso, ora calmo, ora apressado, por isso é dado por muitos como louco.
No entanto, Caveira é extremamente leal e amigo, sendo até um pouco ciumento. Fidelidade é uma de suas características mais marcantes, por isso mesmo Tatá não perdoa traição e valoriza muito a amizade verdadeira. Considera a pior das traições a traição de um amigo.
Em muitas literaturas é criticado, e são as poucas as pessoas que têm a oportunidade de conhecer a fundo Caveira Chefe-de-falange. O cavalo demora a adquirir confiança e intimidade com este exu, pois é posto a prova o tempo todo.
No entanto, uma vez amigo de Caveira, tem-se um amigo para o resto da vida. Nesta e em outras evoluções.

 Fonte: povodeluz.blogspot.com